CONSIDERAÇÕES PARA O ENSINO DE HISTÓRIA – UMA ANÁLISE DOS CONCEITOS DE CULTURA HISTÓRICA, DE DIDÁTICA DA HISTÓRIA E DE EDUCAÇÃO HISTÓRICA
As experiências humanas são tanto indícios
culturais quanto históricos, o que poderia nos levar a discutir se o termo
cultura histórica não seria uma redundância. De todo modo, como definiu Carmen
Gabriel (2015, p. 91), a partir de Jörn Rüsen, a cultura histórica seria uma
maneira singular de interpretar o tempo, a qual toma a História como vivências
e produtos de interpretação, que são dotadas de finalidades determinadas.
Assim, notamos que a cultura histórica pretende ser um conceito amplo,
abarcando as experiências pretéritas dos seres humanos e a interpretação
daquilo que, em função de sua importância, se mantém na memória e integra o
conjunto de valores, ideias, relatos, visões de mundo que compõem a História de
um grupo.
Através dos escritos de Gabriel (2015),
observamos que a cultura histórica, como parte da História, é objeto de
negociações, tensões e enfrentamentos. Se considerarmos a cultura histórica
como um objeto inerente ao Ensino de História, ela parece fruto do lugar que
esta disciplina ocupa na academia, ou seja, entre a História e a Pedagogia.
Logo, almejamos problematizar a cultura histórica como objeto da didática da
história e da educação histórica, cujo desenvolvimento pode contribuir para uma
sociedade mais equânime, através de uma abordagem crítica da História e que
ocorra para além dos espaços de formação escolar.
Prosseguindo com a nossa abordagem, Estevão
Martins (2019, p. 55) amplia a percepção de Gabriel acerca da cultura
histórica, pontuando que esta seria o acervo dos sentidos que os seres humanos
constituíram no decorrer do tempo, por meio da consciência histórica. Isso
porque a consciência histórica, segundo Rüsen (2011, p. 33, 36-37), se
constitui em estruturas mentais e processos, específicos da atividade cultural
humana, que promove a combinação complexa de apreensão do passado, visando
entender o presente e, dessa maneira, presumir o futuro. Assim, a ideia de
cultura histórica só pode existir se relacionada à consciência histórica, sendo
essa uma preocupação recorrente dos professores – da Educação Básica e/ou
Superior – com o Ensino de História. Dessa maneira, a consciência histórica se
torna o elemento básico para problematizarmos uma didática da história e uma
educação histórica, as quais estariam interessadas com o desenvolvimento de uma
cultura histórica, cujo propósito lida com a criação de instrumentos que levem
os sujeitos – em um dado período e território – a edificarem as suas
respectivas identidades individuais e de grupo, em função da relação que
estabelecem entre o seu presente e os acontecimentos do passado.
Essa interação temporal, que acontece em uma
esfera simbólica, é o que nos leva a atribuir significado à vida em sociedade.
Portanto, a História está atrelada à existência humana no mundo, embora a
narrativa histórica oficial faça seleções que situem os grupos politicamente
hegemônicos no centro de suas atenções. Tais comentários evidenciam que a
História é um conhecimento que interessa a todos os grupos sociais e que não
está restrita a ambientes específicos de aprendizagem, afinal, os indivíduos
aprendem pelas interações que estabelecem com outros sujeitos, as quais
acontecem antes mesmo destes irem à escola. Retomando Martins (2019, p. 57-58)
este esclarece que os seres humanos precisam aprender a pensar historicamente,
se apropriando da historicidade e da temporalidade para reelaborar a consciência
histórica de modo reflexivo. Logo, ao refletir historicamente sobre a
existência, os sujeitos criam narrativas – formais e/ou informais – que
representam e interpretam a vida em sociedade. Por estarem situadas no tempo e
no espaço – tidos como variáveis para outras possíveis interpretações e
representações – tais narrativas integram a cultura histórica.
Rebeca Gontijo (2019, p. 66) expõe que a
cultura histórica lida com a forma como os seres humanos se relacionam com o
passado, para que assim se situem no tempo e no espaço. Este é um conceito
englobante por abarcar os inúmeros processos pelos quais atribuímos sentido e
falamos das experiências que tivemos no tempo, as quais ocorreram de maneira
direta ou indireta em um período próximo ou distante. É justamente essa
característica da cultura histórica que levou Kazumi Munakata (2015, p. 70) a
criticar a importância que muitos pesquisadores – tanto da História quanto da
Educação – têm dado aos aportes teóricos provenientes dos estudos de Rüsen. Para
Munakata o generalismo como Rüsen e muitos dos seus seguidores tratam a cultura
e a consciência históricas está longe de fornecer uma percepção adequada das
variáveis temporais, espaciais e culturais que impactam na forma como os
sujeitos entendem a sua relação com o mundo e à sociedade. Embora os argumentos
de Munakata tenham um forte embasamento teórico, o seu posicionamento nos
pareceu radical em demasia.
Isso se dá pela dificuldade de um referencial
teórico-metodológico ser capaz de mensurar resultados palpáveis, quando o seu
objetivo é pensar a relação do sujeito com a História. Portanto, o generalismo
das considerações nos parece uma tentativa de viabilizar ideias capazes de
repensar a nossa atitude no Ensino de História. Isso porque a teoria, enquanto
um conjunto de ideias desenvolvidos ou selecionadas para pensar um dado
experimento, é incapaz de se eximir de falhas. O que a consciência histórica e
os seus correlatos nos interessam é criar instrumentos para pensarmos o Ensino
de História, levando os nossos estudantes a tomarem consciência de que precisam
atuar sobre o mundo em que vivem. Nesse ponto que a cultura histórica –
pensada, problematizada e engendrada em conformidade à consciência histórica
exerce o seu papel social.
Assim, Gontijo (2019, p. 66) comenta que são
muitos os agentes que interpretam a cultura histórica – como os historiadores
de ofício, os jornalistas, os cineastas, os literatos, os artistas etc. – e
através de diversos meios – como a historiografia, a imprensa, o cinema, as artes
plásticas, a literatura etc. A postura de Gontijo converge Martins, pois, a
cultura histórica não está restrita a nenhum grupo, embora a sua percepção,
apropriação e interpretação exija que os agentes sociais/históricos saibam
lidar com a sua consciência histórica.
Os apontamentos elencados exprimem que o fio
condutor para se pensar a cultura histórica e a sua relação com a didática da
história e uma educação histórica reside na consciência histórica. Isso porque,
segundo Luis Fernando Cerri (2011, p. 16), a consciência histórica diz muito de
quem somos, ainda que essa percepção identitária não seja estática e esteja em
constante negociação. Convergindo Cerri e Gabriel (2015, p. 78), verificamos
que a consciência histórica é quem propicia a negociação da(s) memória(s) que
irá(ão) compor o repertório identitário de um determinado grupo social no tempo
e no espaço, sendo esta parte integrante da cultura histórico. Nesse sentido,
ousamos afirmar que o Ensino de História seria o locus privilegiado para se pensar a articulação da consciência
histórica com a vida dos sujeitos, de modo que venham a compor uma dada cultura
histórica – a qual é fluida e tende a negociar os seus elementos em função do
interesse (diverso) dos agentes históricos.
Tendo situado o lugar da cultura histórica
frente à consciência histórica, nos parece adequado discutir sobre a relação
desta com a didática da história, de modo que possamos pensar uma educação
histórica no Brasil contemporâneo. Segundo Gabriel (2015, p. 86), ainda vivenciamos
uma tendência escolanovista para lidar com a didática da história, a qual
parece empenhada em discutir os procedimentos pedagógicos da aprendizagem –
histórica, no recorte da autora – onde os objetivos didáticos são objetivos de
aprendizagem tendo o aluno como o centro desse processo. Para a autora, a
didática pedagógica define a relação entre professores e estudantes, sem tratar
das mediações inerentes ao conhecimento escolar, e por isso precisa ser
(re)pensada para tratar do Ensino de História.
A preocupação de Gabriel para pensar a
didática da história demarca a singularidade do conhecimento histórico,
sobretudo se pensado em concomitância à consciência histórica e a forma como
esta interpreta a cultura histórica. Cerri (2007, p. 60) nos ajuda a analisar
esse cenário, ao afirmar que a didática da história contribui para que os
indivíduos e a sociedade se orientem no tempo, de modo que possam atribuir
sentido ao tempo no qual se desenvolvem. A definição de Cerri aproxima a
definição de didática da história daquela de cultura histórica, embora a
primeira esteja empenhada em edificar instrumentos para que a consciência
histórica seja devidamente discutida e problematizada no processo de
ensino-aprendizagem da História. De fato, os conceitos apresentados estão
relacionados e dialogam para que o conhecimento histórico seja devidamente
utilizado em sociedade.
Como Gontijo (2019, p. 66-67) adverte, são
muitos os agentes que interpretam a História e atuam sobre a memória que irá
compor a cultura histórica. Portanto, cabe ao professor, ao historiador e ao
professor-pesquisador entender as sutilezas dos (ab)usos da História em nosso
meio social. Contudo, a especificidade da História exige que os profissionais
da área pensem o seu lugar profissional, para daí elaborarem instrumentos
pedagógicos, pautados em referenciais teóricos, que levem ao devido
desenvolvimento da consciência histórica e se constituam em uma didática da
história que atenda às demandas da disciplina e da sociedade. Aqui mobilizamos
Maria Auxiliadora Schmidt (2020, p. 15) ao destacar que o Ensino de História se
caracteriza pela necessidade de se compartilhar experiências e ideias –
teóricas, práticas, metodológicas etc. – para que a área esteja em constante
aprimoramento, sendo esta a sua originalidade.
Oldimar Cardoso (2019, p. 79, 82) nos ajuda a
entender, por um lado, a inquietação de Gabriel e, por outro, o entusiasmo de
Schmidt. Segundo o autor, a didática que se tornou hegemônica nos cursos de
licenciatura em História, das instituições de ensino superior brasileiras, se
fundamenta nos estudos franceses. Dentre as teorias francesas que mais
influenciaram a didática da história no Brasil temos o construtivismo de
Piaget, bem como a teoria das competências de Perrenoud, os quais não tinham qualquer
familiaridade com a escola básica. Por outro lado, ao tecer elogios aos
pensadores alemães, Cardoso reforça que estes preferiram se utilizar da teoria
da História para pensar a didática da história, postura qualificada como algo
que “faz muito mais sentido”. Outro problema da didática francesa que impactou
a História Ensinada no Brasil foi a hierarquização e a subordinação da
disciplina escolar História àquela produzida na academia, tida como “ciência de
referência”. Assim, se tornou comum o emprego da transposição didática de Yves
Chevallard para se pensar/propor o Ensino de História.
De fato, a transposição didática tem o seu
valor para o ensino de matemática que, por ser uma linguagem, endossa à lógica
de transpor de uma esfera do ensino à outra. Já a História estaria empenhada em
analisar as relações humanas no tempo, as quais são dotadas de múltiplas
variáveis. Por isso, concordamos de que esse cenário inviabiliza o emprego da
transposição didática no Ensino de História. Se pensarmos a consciência
histórica em função da transposição didática, via de exemplo, uma dada
percepção histórica da existência – fundamentada em um tempo e em um espaço
específicos – seria tomada como referencial para o processo de
ensino-aprendizagem de jovens de uma outra geração, com anseios e
questionamentos distintos de seus pais, mas submetidos a didatização
hierarquizada do conhecimento histórico.
Conjecturando Cardoso, sugerimos que a
preocupação de Carmen Gabriel lida com a insuficiência teórica da didática de
ensino mais comum no Brasil para lidar com o conhecimento histórico. Esse
descompasso entre o Ensino de História e a didática da história foi analisado
por Ana Maria Monteiro (2007, passim).
Ao entrevistar quatro professores de História da Educação Básica, dentre os
quais um deles atuava em uma escola privada, todos afirmaram que as suas
experiências com as disciplinas pedagógicas na graduação foram insipientes.
Segundo os professores entrevistados por
Monteiro, havia um distanciamento entre as disciplinas da área de História e
àquelas que versavam sobre metodologias docentes. Esse afastamento entre os
temas propriamente históricos da formação e as matérias voltadas à prática de
ensino no magistério fez com que estes profissionais enfatizassem que
aprenderam a “dar aulas” com a prática cotidiana nas escolas, já formados e
empregados. Dialogando Cardoso, Gabriel e Monteiro destacamos que a
psicologização dos conhecimentos didáticos elaborados nas licenciaturas não se
adéqua às demandas do Ensino Básico brasileiro. Nesse sentido, concordamos com
a premissa de Cardoso sobre a importância de pensarmos a didática da história
em conformidade aos desenvolvimentos da teoria da História.
Longe de minimizarmos a importância acadêmica
da Pedagogia, da Psicologia e da Sociologia – tomadas como referenciais para a
criação de uma didática da História no Brasil – a especificidade da História
Ensinada requer que esta seja problematiza em função de seus objetivos enquanto
disciplina. Portanto, o argumento de Cardoso é justificável, pois, quem melhor
para entender a História do que os seus próprios agentes e referenciais
teóricos? Para tanto, mobilizamos Schmidt (2020, p. 14) que, em uma publicação
recente, criou premissas acadêmicas – pautadas em anos de experiência com o
tripé universitário, a saber, a pesquisa, o ensino e a extensão – para uma
didática reconstrutivista da História. Schmidt considerou os estudos de Rüsen
de que a didática da história se constituiu em uma disciplina autônoma que não
pode ser ignorada pela academia.
No decorrer de sua abordagem, Schmidt (2020)
manifesta que a sua didática da história é reconstrutivista por estar empenhada
– tal como propôs George Counts e Theodrore Brameld – em desenvolver a educação
como uma forma de reconstruir e transformar a sociedade, face à crise social e
cultural em que esta se encontra. Para isso a didática reconstrutivista da
história pretende aprimorar a consciência histórica, por meio de aspectos
“[...] desencadeadores de competências de interpretação do pensamento
propriamente histórico”. Assim, a reconstrução do método de ensino da história
culminará na produção de um conhecimento tido como a matriz para uma aula
histórica. Schmidt defende que a aprendizagem deve ser o objetivo da didática
da história que, em função da consciência histórica e do aperfeiçoamento da
cultura histórica, contribuirá para um Ensino de História renovado, capaz de
contribuir para a edificação de um cidadão responsável para com o seu meio
social. Essa ideia de um cidadão ativo, criativo, consciente de seu papel em
busca de uma sociedade mais democrática é preconizada pela Base Nacional Comum
Curricular – BNCC (BRASIL, 2018), a qual atribui a incumbência deste
aprimoramento social às Ciências Humanas, em especial à História.
Diante do discutido até aqui e culminando na
BNCC, defendemos que a cultura histórica só é possível em função da consciência
histórica que, embora não esteja restrita às escolas e demais ambientes pedagógicos
de formação, pode ser devidamente aprimorada por meio do Ensino de História.
Nesse sentido, a didática da história – tal como foi problematizada por Schmidt
e Cardoso – se mostra como um instrumento indispensável para que as aulas de
História sejam tomadas como espaços de discussão e experimentação de ideias e
questionamentos que superem o senso comum e contribuam para uma sociedade mais
equilibrada – em todas as suas instâncias e acepções. Para tanto, munidos de
uma didática da história que, nos moldes de Schmidt e tomando Rüsen como
referencial, se propõe reconstrutivista, é chegada a hora de se pensar uma
educação histórica.
Cardoso (2019, p. 83) já havia advertido que
uma educação histórica só é possível mediante o desenvolvimento de uma consciência
histórica, enquanto Gontijo (2019, p. 66) explicitou que não são somente os
historiadores que interpretam a cultura histórica, o que requer atenção em uma
sociedade globalizada como a nossa. Como a importância da História é atestada
pelos órgãos de poder e pelas instâncias que compõem a sociedade, todos os
agentes sociais tendem a empregar os elementos da cultura histórica como
instrumentos de legitimação de interesses diversos. Via de exemplo, Marcos
Napolitano (2021, p. 85-87) declara que na contemporaneidade brasileira a
História se tornou uma arma, sendo empregada com as mais variadas finalidades,
inclusive para endossar preconceitos e violências.
A partir de Napolitano e na condição de
professores e/ou pesquisadores da História é de nossa responsabilidade edificar
uma educação histórica que aproxime os estudantes, em particular, e a
sociedade, como um todo, do conhecimento histórico. No entanto, esse
conhecimento deve estar fundamentado em critérios e pressupostos científicos
que, devidamente trabalhados, podem nos levar a repensar o lugar que ocupamos
em nossa realidade social. Portanto, uma educação histórica dedicada em
aperfeiçoar a consciência histórica de professores, estudantes, instituições de
ensino e do meio social, contribuirá para que o Brasil esteja alinhado às
práticas humanitárias. Essas permitem que os sujeitos se coloquem no lugar dos
outros – a princípio pela alteridade da relação presente/passado – e se
empenhem em ver o outro como a condição necessária à nossa identidade, sem que isto
seja um problema passível de uma solução violenta.
Conjeturando Schmidt (2015, p. 50) a educação
histórica deve refletir, intensamente, sobre a natureza do conhecimento
histórico e o seu papel como instrumento de análise social e recurso para a
construção da consciência histórica, sendo esta uma premissa para a formação da
cidadania. Marcelo Fronza (2018, p. 132) amplia o posicionamento de Schmidt e
destaca que um professor empenhado com uma educação histórica deve transformar
temas em problemáticas. Ou seja, munido da consciência histórica e ciente de
sua importância para a emergência de uma cultura histórica capaz de superar as
limitações que vivenciamos no Brasil contemporâneo, uma educação histórica pode
tomar temáticas comuns à prática docente – como revolta da vacina – para
levantar questionamentos sobre o processo de favelização do Rio de Janeiro, a
desigualdade social como herança da escravidão, o estatuto social dos negros e
negras após a abolição, visto que esses temas são demasiadamente contemporâneos
e refletem uma tradição histórica que reitera a diferença como critério de
organização social.
Sendo assim, concluímos que a consciência
histórica pode ser compreendida como a base fundamental para o desenvolvimento
de uma cultura histórica. No entanto, a maneira como estas são edificadas está
diretamente associada ao contexto histórico, demonstrando que estas ideias
estão em constante processo de transformação. Assim, em conformidade ao
exposto, consideramos que o Ensino de História é um dos espaços fundamentais
para tornarmos a consciência histórica crítica, permitindo que os estudantes
saibam criar análises e percepções da relação que a sua trajetória de vida e a
sua identidade conservam com um dado passado, o qual também é (re)negociado com
o decorrer do tempo. Nesse sentido, a didática da história, no viés de Schmidt,
pode ser um instrumento eficiente para tornar a prática docente um meio de
efetivar a consciência histórica visando uma sociedade mais justa e
equilibrada. Feito isso, temos condições para promover uma educação histórica,
cujo objetivo é permitir que os estudantes saibam lidar e problematizar os
conhecimentos históricos de modo que esses sejam úteis em suas vidas sociais.
Referências biográficas
Luis
Filipe Bantim de Assumpção é Graduado em História (Simonsen), Mestre em História Política (UERJ) e Doutor em História
Comparada (UFRJ), com estágio de Pós-doutorado em Letras Clássicas (UFRJ). Tem
experiência com História Antiga, Literatura
Clássica, Recepção da Antiguidade, Teorias e Metodologias da História e
Ensino de História. Atualmente, ocupa o cargo
de Coordenador Local de Doutorado, por
meio do PCI entre a Universidade de Vassouras e a UNISINOS-RS, e de Professor
Adjunto I dos cursos de Pedagogia e Direito
da Universidade de Vassouras, campus Maricá.
Assumpção é líder e pesquisador do Grupo de Pesquisa Integrada em História,
Patrimônio Cultural e Educação - GHiPE,
também nesta Universidade, atuando na linha de pesquisa Ensino de História e História da Educação.
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Prof. Luis Filipe, como o senhor observa o uso desses conceitos pelos pesquisadores de Ensino de História Antiga? Eles estão recorrendo a esse arcabouço?
ResponderExcluirEstimado Prof. Carlos Eduardo Campos, eu agradeço o seu interesse e a pergunta ao meu texto. Recentemente, alguns pesquisadores se utilizaram do conceito de consciência histórica, sobretudo, para tratar dos temas relacionados aos usos do passado, ou à ideia de recepção da cultura clássica. Isso porque a amplitude teórica do conceito e a relação entre formação da identidade (coletiva e individual), em função da mobilização de um passado e de uma memória, acabam por legitimar as práticas do tempo presente. Para tanto cito alguns pesquisadores que, recentemente, mobilizaram a consciência histórica para tratar do Ensino de História Antiga, tais como: Guilherme Moerbeck, Leandro Hecko, Airan Borges, você (Carlos Eduardo da Costa Campos), Alex Degan, entre outros.
ExcluirAssim, reitero que a amplitude do conceito em questão vem sendo adaptada às demandas do Ensino de História Antiga com veemência e precisão.
Estimado Prof. Carlos Eduardo Campos, eu agradeço o seu interesse e a pergunta ao meu texto. Recentemente, alguns pesquisadores se utilizaram do conceito de consciência histórica, sobretudo, para tratar dos temas relacionados aos usos do passado, ou à ideia de recepção da cultura clássica. Isso porque a amplitude teórica do conceito e a relação entre formação da identidade (coletiva e individual), em função da mobilização de um passado e de uma memória, acabam por legitimar as práticas do tempo presente. Para tanto cito alguns pesquisadores que, recentemente, mobilizaram a consciência histórica para tratar do Ensino de História Antiga, tais como: Guilherme Moerbeck, Leandro Hecko, Airan Borges, você (Carlos Eduardo da Costa Campos), Alex Degan, entre outros.
ResponderExcluirAssim, reitero que a amplitude do conceito em questão vem sendo adaptada às demandas do Ensino de História Antiga com veemência e precisão.
Professor Luis Felipe, bom dia!
ResponderExcluirTenho refletido sobre o “método de produção do conhecimento histórico” como parâmetro para o ensino de história na educação básica. Você acha viável o trabalho com aspectos do método histórico [como levantamento prévio de informações, formulação de hipóteses, manejo das fontes, causalidade etc] na educação básica? Acha que tal atitude atenderia ao pressuposto colocado de que nada melhor "para entender a História do que os seus próprios agentes e referenciais teóricos" (CARDOSO, 2019)? Isso colaboraria para a formação de uma consciência história mais crítica?
Gusmão Freitas Amorim
Olá Gusmão, agradeço pelo interesse e a pergunta. Sim, eu acredito, no entanto, devemos considerar o lugar social dos estudantes da educação básica. Ou seja, não estamos ali formando historiadores, mas, contribuindo para que esses sujeitos desenvolvam uma percepção crítica da realidade social. Daí, adaptarmos os aspectos fundamentais do método historiográfico, em conformidade à faixa etária e a série em que estes estudantes se encontram, me levam a afirmar - por exepriência própria - que tal postura pode favorecer o desenvolvimento de uma consciência histórica crítica e para além das salas de aula.
ExcluirCordialmente,
Luis Filipe de Assumpção