ALGUMAS REFLEXÕES TEÓRICAS SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA LOCAL, NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
Introdução
A princípio,
este texto visa refletir sobre o ensino de História Local, a partir da Educação
Patrimonial, como proposta metodológica de intervenção no espaço escolar.
Sobretudo, pelo fato de que o trabalho com a história local no ensino de
História, facilita a construção de problematizações referente às versões da
história, sob a óptica de sujeitos marginalizados na sociedade, cujas
narrativas não foram institucionalizadas pelo conhecimento histórico, seja
historiográfico ou escolar.
Com isso,
quando tratamos do espaço escolar, ou melhor do processo de
ensino-aprendizagem, faz-se necessário partimos dos saberes prévios do alunado
da educação básica, tendo em vista que os mesmos detém de experiências e
aprendizados oriundos de seu cotidiano familiar, e informal. Logo, estes
distintos sujeitos históricos possuem uma vasta bagagem social e cultural. Por
isso, a necessidade de interligar os conceitos históricos com a realidade deste
alunado escolar, pois segundo Circe Bittencourt (2008):
“Atualmente, considera-se necessário ao
público escolar das mais diferentes faixas etárias - crianças, jovens e adultos
- partir do conhecimento do vivido, denominado também de censo comum, para que se
possam situar as problemáticas enfrentadas na vida em sociedade, no mundo do
trabalho e nas relações de convívio e se efetivem aprendizagens provenientes de
conhecimento acumulado e sistematizado por métodos científicos” (BITTENCOURT,
2008, p. 190).
Assim, Bittencourt (2008), discuti a
importância do ensino de História, em situar o aluno como sujeito no processo
de ensino-aprendizagem, onde as noções de tempo e espaço precisam ser
aprendidas, possibilitando discutir a ideia de mudanças e permanências. Onde as
aprendizagens devem levar em conta também as experiências e vivências dos
alunos, pois as mesmas precisam ser valorizadas e apropriadas por meio dos
conceitos, confrontando-as, explicando-as e contextualizando-as.
Por essa razão, é que o aluno pode
desenvolver sua própria visão e seus valores sobre seu local de vivência. E por
isso, que cabe ao professor fomentar um espaço de construção de saberes
históricos, a fim de possibilitar ao seu alunado, uma consciência formativa, ou
melhor, visando torná-los cidadãos transformadores de sua própria realidade. “A
partir do local, em integração com o regional e o nacional. Ou seja, a
construção de uma perspectiva histórica mais plural, multireferenciada e
multicultural [...]” (ASSIS; PINTO, 2019, p. 07).
Uma reflexão teórica: alguns conceitos,
abordagens e dimensões
Nesse sentido, o que a Educação Patrimonial pode ter a
colaborar com o ensino de História Local? Para além disso, de que maneira
estudos e pesquisas sobre o patrimônio material ou imaterial no ensino de
história local, sob a perspectiva da educação patrimonial podem revelar?
Talvez, enquanto um processo de identidade, de reconhecimento e espaço de
memórias.
Logo, as indagações levantadas, consideravelmente, são
alguns dos elementos que este texto reflexivo poderá discutir e proporcionar no
âmbito das aprendizagens e saberes, construídos e apropriados pelos alunos,
professores, e outros sujeitos interessados no campo do Patrimônio Cultural
Material e Imaterial. Ao mesmo tempo, tornando-se uma contribuição
significativa para o processo educacional, ao fomentarmos à nível local e
regional, um dos aspectos constitutivos do conhecimento histórico escolar, o
patrimônio, seus usos, dimensões e apropriações.
Nesse viés, em termos de legislação educacional
brasileira, a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018), intencionalmente,
unifica o currículo de todo o território brasileiro, deixando algumas lacunas
sobre a inserção de conteúdos regionais no currículo escolar, quanto às suas
especificidades/conhecimentos locais. Diante disso, percebemos a necessidade de
analisarmos e refletirmos sobre o ensino de História Local, e sua
aplicabilidade através da educação patrimonial, tendo como referência de
estudo, a identificação do que seja o patrimônio material e/ou imaterial, sob o
intermédio do professor de História junto ao conjunto de experiências de
saberes escolares constituídos em sua lida escolar ou sala de aula.
Logo, para Fonseca (2009), no ensino
fundamental o professor de História tem um papel primordial na efetivação de
uma prática educacional investigativa, dinâmica e democrática, perante a um
contexto curricular, avaliativo e exitoso. Sobretudo, alvo do poder político,
quando os distintos governos se utilizam de políticas públicas educacionais para
formarem sujeitos conforme suas concepções de sociedade, homem e cidadania.
Dessa forma, segundo a BNCC (2018), tal prerrogativa
parte da tomada de decisões em prol de caracterizar as propostas curriculares
para a construção e disponibilização de materiais: “[...] de orientação para os
professores, bem como manter processos permanentes de formação docente que
possibilitem contínuo aperfeiçoamento dos processos de ensino e aprendizagem”
(BRASIL, 2018, p. 18).
Dito isso, conforme a menção acima, cabe aos
sistemas e redes de ensino e, sobretudo às escolas, respectivamente, à luz de seus
âmbitos autônomos e competentes, “incorporar aos currículos e às propostas
pedagógicas, a abordagem de temas contemporâneos que afetam a vida humana em
escala local, regional e global, preferencialmente de forma transversal”
(BRASIL, 2018, p. 19). Em uma amplitude em que:
“Para se pensar o ensino de História, é
fundamental considerar a utilização de diferentes fontes e tipos de documento
(escritos, iconográficos, materiais, imateriais) capazes de facilitar a
compreensão da relação tempo e espaço e das relações sociais que os geraram. Os
registros e vestígios das mais diversas naturezas [...] deixados pelos
indivíduos carregam em si mesmos a experiência humana, as formas específicas de
produção, consumo e circulação, tanto de objetos quanto de saberes. Nessa
dimensão, o objeto histórico transforma-se em exercício, em laboratório da
memória voltado para a produção de um saber próprio da história” (BRASIL, 2018,
p. 398).
Por isso, que optamos pela Educação
Patrimonial, como instrumento metodológico de intervenção no espaço escolar,
enquanto produtor de saberes e experiências específicas (LIBÂNEO, 2000). Sendo
a Educação Patrimonial, constituída e apropriada socialmente, como recurso para
a compreensão sócio-histórica das referências culturais em todas as suas
manifestações existentes. Ou seja, o patrimônio incorpora-se às ações
educativas, por sua vez, concebido como [...] instrumentos de constituição de
subjetividades individuais e coletivas, um recurso à disposição de grupos
sociais e seus representantes em sua luta por reconhecimento social e político
no espaço público (GONÇALVES, 2002, p. 121-122)”.
Pois tal reconhecimento deve ser possibilitado,
justamente, pela falta de políticas públicas eficientes e eficazes no que tange
a valoração do patrimônio cultural material e imaterial brasileiro. Uma
iniciativa oriunda, mediante o processo de pertencimento dos sujeitos ou grupos
que estão envolvidos ou vinculados (in)diretamente com a existência de um
determinado bem patrimonial, junto à sua carga de sentido e significado
atribuída por estes sujeitos no espaço-tempo.
Diante disso, conforme Chuva (1998, p. 46), a
patrimonialização pode ser exercitada através de uma “postura democratizante no
processo de preservação cultural”. Em outros termos, essa postura pode se
provocada por ações concretas por parte dos preservadores culturais, ao levarem
em consideração os saberes dos outros na elaboração de políticas de
preservação. Logo:
“O saber do outro é tão importante quanto o
nosso e, principalmente por ser distinto, por ser ao mesmo tempo fonte e
interpretação, faz parte também da dinâmica de atribuição de sentidos e
valores, [...], e estão também condicionados historicamente. Se entendo que não
somos donos da verdade, porque não há apenas uma única leitura possível, também
a ‘comunidade’ (na falta de um termo melhor) não é a dona de uma única verdade,
está igualmente carregada de conhecimentos e formas de apropriação da realidade
e tem suas leituras a fazer. A participação do público/usuários/ ‘comunidade’,
com seus saberes específicos, não substitui a problemática específica que o
nosso saber técnico especializado [...] é capaz de elaborar no processo de
investigação, seleção e conservação do patrimônio, mas oferece uma fonte de
sentido, que deve instrumentalizar o nosso conhecimento” (CHUVA, 1998, p. 46).
E nesse processo, dentre os mais diversos instrumentos do
saber no contexto escolar, temos a Educação Patrimonial, enquanto ferramenta de
aprendizagem, indispensável para a construção identitária dos sujeitos
históricos que residem, por exemplo, em zonas de influência em torno de
patrimônios materiais, como os sítios arqueológicos ou monumentos púbicos.
Sobretudo, a possibilitá-los claramente percepções e reflexões referentes ao
ensino de história local, como contribuição para os saberes histórico escolares
e para a prática docente, assim como suas relações com distintos espaços,
vinculados à historicidade de uma materialidade física, simbólica e cultural
para todo um território local e/ou regional.
Consequentemente, numa dimensão pedagógica, para Freire
(2003), os saberes docentes são mobilizados, reconstruídos e assumem
significados diferentes, pois a educação, como construção histórica e cultural
promove o desenvolvimento intelectual e autônomo do indivíduo, gestado através
da prática sociocultural. Sendo a aprendizagem histórica um processo contínuo,
uma vez que: “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para sua própria produção ou a sua construção" (FREIRE,
2003, p. 47). Isto é, de modo complementar ao pensamento freireano, para
Tolentino (2019):
“Práticas educativas de caráter dialógico são
fundamentais para ações de educação patrimonial junto a comunidades. Elas
partem não de um patrimônio dado, fetichizado, que deve ser aceito e
contemplado passivamente. Ao contrário, abre a possibilidade de construção
coletiva do que é considerado patrimônio cultural, a partir do diálogo e da
negociação, tendo em mente inclusive os conflitos que possam surgir nesse
processo, o que implica debate, embate, dissenso, consenso. O que importa é a
reflexão crítica na definição e apropriação do patrimônio cultural, com a
participação democrática dos agentes e detentores das referências culturais
nesse processo” (TOLENTINO, 2019, p. 146).
Adiante, por meio deste exposto acima, assimilamos que as
variáveis apropriações e usos do patrimônio cultural junto às práticas
educativas, são inerentes á determinadas cidades e suas áreas de influências. A
exemplo dessas práticas educativas, temos a Educação Patrimonial, que
conceitualmente:
“Trata-se de um processo permanente e
sistemático de trabalho educacional centrado no Patrimônio Cultural como fonte
primária de conhecimento e enriquecimento individual e coletivo. A partir da
experiência e do contato direto com as evidências e manifestações da cultura,
em todos os seus múltiplos aspectos, sentidos e significados, o trabalho da
Educação Patrimonial busca levar as crianças e adultos a um processo ativo de
conhecimento, apropriação e valorização de sua herança cultural, capacitando-os
para um melhor usufruto desses bens, propiciando a geração e a produção de novos
conhecimentos, num processo contínuo de criação cultural” (HORTA; GRUNBERG;
MONTEIRO, 1999, p. 5).
Por esse motivo, Horta, Grunberg e Monteiro (1999), vêm a
Educação Patrimonial como um processo de ensino-aprendizagem marcado por
questões desafiadoras e problematizantes, com vistas a levar o aluno e o
professor a exercitarem a reflexão histórica, meidante suas realidades. Um
exercício diário, tendo como apropriação, por exemplo, o uso de objetos
materiais e culturais, compreendidos como estratégias de aprendizagens
históricas e frutos de um contexto sociocultural e patrimonial, dado à
localidade e/ou regionalidade de origem.
Nisso, na prática, a Educação Patrimonial
deve possibilitar a formação de pessoas capazes de (re)conhecerem sua própria
história, condicionado a um “instrumento de ‘alfabetização cultural’ que
possibilita ao indivíduo fazer a leitura do mundo que o rodeia, levando-o à
compreensão do universo sociocultural e da trajetória histórico-temporal em que
está inserido” (HORTA; GRUNBERG; MONTEIRO, 1999, p. 6).
Pois, o uso da materialidade permite ao
professor construir, descontruir e reconstruir a sua visão sobre patrimônio,
através de um movimento dinâmico, de uma localidade interconectada com uma
determinada região. Um alinhamento de escala, onde o local está relacionado
diretamente com o regional e este com o nacional e/ou global, numa dimensão
geográfica maior.
Em função disso, para Bittencourt (2008, p.
203), os estudos sobre História Local, “[...] devem tentar buscar no recorte
micro os sinais e as relações da totalidade social, rastreando-se por outro
lado, os indícios das particularidades – os homens e as mulheres de carne e
osso”. Logo, a história do Brasil, se constitui por uma dimensão nacional,
local e regional.
Afinal de contas, “[...] o uso de História
Local para o ensino de História pode ser considerado tanto a partir do seu
próprio valor quanto um grande ponto de partida para atividades que desenvolvam
inúmeras outras competências para a construção do conhecimento histórico”
(COSTA, 2019, p. 132). Isto é, os saberes históricos são produzidos a partir de
um lugar de afetividade, de pertencimento, de sentimento pessoal.
Nessa lógica, em termos conceituais, a
História Local é tida como uma:
“[...] narrativa histórica que toma o lugar
como objeto e referência do conhecimento. O adjetivo local é relativo à
circunscrição de um lugar que pode ser associado a diversas configurações.
Assim, é possível estabelecer o local tanto como um lugar
político-administrativo (munícipio, bairro, distrito) quanto uma aldeia
indígena ou até mesmo uma instituição (escola, hospital, fábrica). Nesse
sentido, o local é mais que o recorte de uma unidade” (GONÇALVES, 2007, n/p).
Ou seja, para Gonçalves (2007), o local é marcado por
inúmeras interpretações subjetivas e conjunturais, porém não se distancia no
tempo tampouco no espaço, propriamente dito. Pelo contrário, o local é visto como
um lugar de sociabilidade e complementaridade, favorecendo uma relação
dialógica entre o passado, o presente e o futuro.
Considerações finais
Em virtude disso, melhor dizendo, no ambiente
escolar, as aprendizagens históricas (apropriadas por meio de conceitos,
confrontando-os, explicando-os e contextualizando-os), devem ponderar-se a
partir das experiências vivenciadas na lida escolar, por alunos e professores,
em consonância com cada faixa etária, etapa e modalidade de ensino, componente
curricular e seus conteúdos previstos pelos documentos educacionais, como a
atual BNCC (2018), já abordada. É claro, sob a mediação do professor em sala de
aula e, subsidiada pela Educação patrimonial, enquanto uma metodologia capaz de
promover o conhecimento, a preservação e a valorização dos bens culturais
materiais e imateriais.
Portanto, conclui-se que são várias as possibilidades do
trabalho com a História Local, como estratégia de aprendizagem. De modo que,
exemplificamente, no campo material, ao reconhecer como referência local suas
representações materializadas em objetos culturais ou estudos sobre o mesmo, o
aluno e o professor têm a possibilidade de consolidarem suas próprias ideias
sobre os fenômenos do mundo, por meio de seus contextos reais de origem ou de
pertencimento.
Referências biográficas
Maykon
Albuquerque Lacerda é mestrando em História pelo Programa de Pós-Graduação em
História da Universidade Estadual do Maranhão (PPGHIST/UEMA), na linha de
pesquisa memórias e saberes históricos. Pós-graduando Lato Sensu
(Especialização) em Ensino de História do Brasil: Cultura e Sociedade pelo
Instituto de Ensino Superior Franciscano (IESF). Graduado em Licenciatura Plena
em História pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). E membro do Núcleo
de Estudos, Pesquisa e Extensão sobre África e o Sul Global - NEÁFRICA
(UEMA/Campus Caxias). E-mail: maykonalbuquerquelacerda@gmail.com
Referências bibliográficas
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Assis. O ensino de história local como estratégia pedagógica. Itinerarius
Reflectionis, [S. l.], v. 15, n. 1, p. 01–18, 2019. Disponível em:
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CHUVA, Márcia. (Org.). A História como instrumento na
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(Orgs.). Inventários de conhecimento.
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FONSECA, Selva Guimarães. Fazer e Ensinar História. Belo Horizonte: Dimensão, 2009.
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LIBÂNEO, J. C. Produção de saberes na escola: suspeitas e
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TOLENTINO,
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Acesso em: 19 jan. 2022.
Como você pretende trabalhar tal discussão acerca do Ensino de História e Educação Patrimonial dentro de sala de aula?
ResponderExcluirOlá, Ana Caroline!
ExcluirEm relação à sua pergunta, pretendo trabalhar a temática Patrimônio Local (Material e Imaterial), através de uma oficina para às turmas de 6º ano do Ensino Fundamental II, em uma das escolas públicas do munícipio de Caxias/MA. Visto que, a educação patrimonial enquanto prática educativa se faz dinamizadora e possível, em uma oficina didático-pedagógica, onde o alunado poderá discutir e produzir pesquisas e trabalhos sobre seus patrimônios, conceitos, usos e apropriações. Logo, este procedimento metodológico, fomentará tanto o ensino de História, quanto a própria História Local desses sujeitos no seu espaço de origem e/ou pertencimento.
Espero ter-lhe respondido com êxito!
No mais, abraços!
At.te.,
Maykon Albuquerque Lacerda
Para se pensar o ensino de História, é fundamental considerar a utilização de diferentes fontes e tipos de documento (escritos, iconográficos, materiais, imateriais) capazes de facilitar a compreensão da relação tempo e espaço e das relações sociais que os geraram. De que forma, você irá apresentar esses registros?
ResponderExcluirCont.
ExcluirPrezada Ana Caroline,
Atualmente, sabemos dos empecilhos que o docente em História encontra em sua práxis pedagógica, ou melhor, lida escolar.
No entanto, devido a realidade da escola pública que será contemplada com a minha proposta, que se trata de uma oficina de educação patrimonial, creio eu, que as fontes iconográficas sobre o patrimônio local, serão as mais viáveis e possíveis de serem analisadas e discutidas em sala de aula, mediante o aparato de recursos técnicos disponíveis (Projetor, notebook, aparelho celular etc.). Ou seja, o uso de imagens no ensino de História possibilitará aproximar a realidade escolar dos alunos de História do 6º ano do Ensino Fundamental II, com o conteúdo a ser ministrado, de maneira a aguçar o senso crítico-reflexivo deste alunado e, ao mesmo tempo, instigar o desenvolvimento de suas habilidades e competências especificas.
Espero ter-lhe respondido com êxito!
No mais, abraços!
At.te.,
Maykon Albuquerque Lacerda
Boa tarde!
ResponderExcluirEnxergo o trabalho com história local sempre como um desafio para professores e alunos da educação básica: tendo em vista a pouca produção de conhecimento histórico na maioria dos pequenos municípios brasileiros e, em virtude disso, por colocar alunos em contato direto com o método de produção da história – no que acredito seja seu grande êxito. Nesse trabalho com a história local e o patrimônio, quais aspectos do método de produção da história [levantamento prévio de informações, levantamento de hipóteses, crítica das fontes, causalidade etc] você acha que já podem estar presentes no ensino de história da educação básica? Ou quais outros caminhos você aponta para que a prática proposta se realize?
Gusmão Freitas Amorim
Olá, prezado Gusmão!
ExcluirDiante da minha pouca experiência na educação básica, como ex-bolsista de extensão e ensino, durante a graduação em História, percebo que ainda permanece no espaço escolar uma tradição muito conteudista e, muito desconectada da atual realidade do alunado, a exemplo, do meu munícipio, Caxias, Maranhão. Primeiro, porque falta uma formação continuada aos professores de História, sobretudo, das escolas públicas, pois os mesmos ainda encontram grandes empecilhos para se trabalhar a História Local e seu patrimônio (i)material em sala de aula. Logo, creio eu, oriundo da precariedade de formação específica, ausência de infraestrutura e aparato tecnológico escolar adequado, somado a carga horária/jornada de trabalho exaustiva do docente. Assim, em relação aos aspectos de produção histórica mencionados por você, identifico que as informações prévias mapeadas sobre determinados objetos de conhecimentos históricos, já se encontram na sala de aula, de forma incipiente, mas existe, é claro, ainda não ampliada e efetivada, segundo minha percepção.
Para além disso, no que tange a outros caminhos possíveis e viáveis, aponto especificamente, a interdisciplinaridade da História com outros saberes, bem como a transversalidade de determinadas temáticas, a exemplo, da educação patrimonial e do patrimônio que podem ser trabalhadas em conjunto com a História e a Geografia no âmbito local/regional ( uma proposta bastante salutar)
Espero ter-lhe respondido com êxito!
No mais, abraços!
At.te.,
Maykon Albuquerque Lacerda
Como construir uma prática docente de ensino de história decolonial sob o viés da educação patrimonial em um contexto de uma história local que em muitos lugares ainda predomina a valorização do patrimônio material e imaterial branco, católico, masculino e europeu ?
ResponderExcluirOlá, prezado Juliano!
ExcluirEm relação a construção de uma práxis docente no ensino de história, creio que os debates problematizadores em sala de aula junto ao alunado e, a apresentação de pesquisas e estudos referenciados, sejam as formas mais viáveis e possíveis de tentarmos decolonizar o ensino de história, que ainda está atrelado à uma tradição escolar conteudista e elitista. Junto à tentativa de levarmos para a sala de aula, outros patrimônios não-oficiais ou marginalizados pela institucionalidade atual.
Isto, por exemplo, poderá ser alcançado, mediante a análise crítico-reflexiva do livro didático de História, que ainda majoritariamente, é o único recurso didático utilizado pelo docente na maioria das escolas públicas do Brasil.
Espero ter-lhe respondido com êxito!
No mais, abraços!
At.te.,
Maykon Albuquerque Lacerda